AQUELE ABRAÇO, OCITOCINA E A CANABIS
by Eunice Veloso on Feb 06, 2025
Sim, faz sentido!
A ocitocina está ligada à conexão, ao afeto e até à sensação de pertencimento. Se a canábis estimula a liberação dessa hormona, isso pode explicar por que algumas pessoas se sentem mais relaxadas, sociáveis e até emocionalmente conectadas ao usá-la.
O vício, no entanto, é um bocado mais complicado. A canábis não é considerada quimicamente viciante da mesma forma que a nicotina ou a heroína, mas pode criar dependência psicológica. Se alguém associa o uso da canábis a sensações boas – como um abraço reconfortante – pode acabar por procurá-la com mais frequência para replicar essa sensação.
No fundo, talvez não seja a erva em si que vicia, mas sim a necessidade de se sentir bem, ligado e em paz. Faz sentido para ti?
#1. O ABRAÇO DE 6 SEGUNDOS, A OCITOCINA E A CANÁBIS
Sabes aqueles abraços que duram o tempo certo para aquecer a alma? Não os rápidos e desajeitados, mas os que se estendem por pelo menos seis segundos, aqueles que parecem reiniciar o sistema nervoso e trazer uma sensação de paz profunda. Pois bem, há uma explicação científica para isso: a ocitocina.
A ocitocina, muitas vezes chamada de "hormona do amor" ou "hormona do abraço", é um neuropeptídeo que desempenha um papel fundamental nas relações humanas. É ela que fortalece laços entre casais, cria conexões entre mães e filhos e até gera uma sensação de confiança entre amigos. Sempre que recebes um abraço genuíno, uma dose dessa substância é liberada no teu corpo, promovendo bem-estar e reduzindo o stress.
Agora, entra em cena a canábis.
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#2. A CANÁBIS E A LIBERAÇÃO DE OCITOCINA
Estudos sugerem que o uso da canábis pode estimular a liberação de ocitocina. Ou seja, essa planta pode amplificar a mesma sensação de conforto e conexão proporcionada por um abraço.
Para muitas pessoas, o consumo de canábis está ligado a momentos de descontração, risos fáceis e um sentimento de proximidade com os outros. Isso não é apenas psicológico – há um componente químico em ação.
O sistema endocanabinoide do nosso corpo desempenha um papel fundamental na regulação de várias funções, incluindo humor, prazer e interação social. Quando a canábis ativa esse sistema, pode reforçar a sensação de conexão e pertencimento, muito parecido com o efeito da ocitocina.
Agora, aqui vem a pergunta: será que é por isso que tantas pessoas se tornam "viciadas" em canábis?
#3. A BUSCA POR CONEXÃO
Embora a canábis não seja considerada uma substância fisicamente viciante da mesma forma que a nicotina ou a heroína, algumas pessoas podem desenvolver uma dependência psicológica. Afinal, se algo nos faz sentir bem, queremos repetir a experiência, certo?
Muitas vezes, o que leva alguém a usar a canábis com frequência não é apenas o efeito relaxante ou eufórico, mas sim a sensação de conexão que ela proporciona. Pessoas que lidam com solidão, ansiedade ou dificuldades sociais podem sentir que a erva as ajuda a se abrir, a se sentir mais presentes e conectadas ao momento – quase como um abraço prolongado da própria natureza.
No fundo, tudo se resume a uma necessidade humana básica: queremos nos sentir bem, amados e parte de algo maior. Se um simples abraço pode liberar ocitocina e proporcionar essa sensação, talvez devêssemos investir mais em abraços de seis segundos e menos em soluções externas. Afinal, a ocitocina está sempre dentro de nós, pronta para ser ativada.
E se tudo o que realmente precisarmos for um bom abraço?
AVISO: ESTE ARTIGO NÃO TEM NENHUMA PRETENSÃO DE SER UM CONSELHO DE SAÚDE, É MERAMENTE INFORMATIVO, PELO QUE QUAISQUER INICIATIVAS QUE TENHA, RELATIVAMENTE À CANABIS MEDICINAL, DEVEM PASSAR SEMPRE PELO CONSELHO DO SEU MÉDICO ASSISTENTE.