O RESGATE DO CBD: PARA FAZER UMA PAUSA. PARA RESTAURAR. E CONTINUAR DA MELHOR MANEIRA POSSÍVEL
by Eunice Veloso on Apr 10, 2024
O stress mata neurónios.
A frase é um pouco “killer” mas é o que tem que ser: para ver se acordamos para a realidade de algumas coisas.
E a morte dos neurónios o que é que origina? Pode começar com pequenas perdas de memória (coisas pequenas), alguma confusão mental ; no outro extremo oposto, pode evoluir para doenças degenerativas como o Parkinson as esclerose múltipla, doenças de Alzheimer. Só para nomear algumas.
Se podemos eliminar o stress? Não é que o o nosso corpo não esteja preparado para o stress. Está.
A nossa resposta ao stress é o que garante a nossa sobrevivência. Em situações de emergência.
Mas nenhum organismo está preparado para aguentar durante 24/7 numa base de produção de cortisol e adrenalina (hormonas do stress) sem que haja consequências, sem perdas para a sua capacidade de se restaurar.
O que o nosso organismo mais gosta é de equilíbrio. E está sempre a trabalhar para repor o equilíbrio. Mas para repor o equilíbrio é preciso dar-lhe condições de restauro neural.
O stress mata neurónios.
E o CBD tem algumas propriedades positivas que podem cooperar nesse restauro neural.
O stress mata neurónios.
#1. O STRESS MATA NEURÓNIOS
A boa notícia é que, ao contrário do que se pensava antes, os neurónios não são células que morrem e pronto: eles também se reproduzem na idade adulta. Chama-se neurogénese.
E há ainda outra capacidade cerebral que temos e que está associada á neurogénese: a neuroplasticidade. Ou seja a capacidade de se estabelecerem novos caminhos neurais. Isto é o mesmo que dizer que onde antes se percorria o caminho A de conexões neurais, ganha-se um novo hábito e passa-se a percorrer um novo caminho B de neurónios.
E isso acontece quando, por exemplo, em vez de escovar os dentes com a mão direita, passa-se a escovar também com a mão esquerda. Obtém-se o mesmo resultado ( e com a prática com a mesma perfeição) mas está-se a usar um caminho neural diferente. Isso funciona como uma forma de estímulo.
#2. A PAUSA
Quando o cansaço mental começa a dar sinais, inevitavelmente é preciso fazer uma pausa.
Às vezes as circunstâncias da vida exigem de nós uma disponibilidade quase sobre-humana.
Mas não é preciso esticar até ao limite do burnout ou outras consequências psicossomáticas graves, devidas à exposição ao stress: está na hora de fazer uma pausa.
E são pausas estratégicas em que nós precisamos de nos priorizar.
Priorizar o Eu, Definir o “O quê” (o que se quer), para a Estratégia do “ Como” e garantir que tudo isto é impulsionado por um forte “Porquê”.
E para todo este processo de Pausa é preciso para se ter clareza mental. Para se poder continuar o caminho de forma mais energizada. Física e mentalmente.
#3. O RESTAURO
O que pode fazer para permitir que o seu organismo se restaure?
O coração dá o compasso do bombear do sangue, e é o cérebro que é uma espécie de CEO da dinâmica estados físicos/estados mentais.
É preciso dar-lhe (ao cérebro) condições de restauro.
E parte desse restauro passa pela neurogénese (já cima referida), ou a formação de novos neurónios.
@ 3.1 O que pode fazer para promover a neurogénese e fazer uso da sua neuroplasticidade, que tem em algumas zonas do seu cérebro, ao longo da vida?
-
Dormir bem é fundamental. É durante o sono de qualidade que se produzem a as células que formam a bainha de mielina. A mielina é o revestimento isolante dos neurónios: permite que a transmissão dos impulsos nervosos, de uma célula para a outra, seja feita de forma rápida. Quando a banha de mielina está comprometida, rompida ou inexistente os neurônios ficam expostos, e a transmissão dos impulsos nervosos fica comprometida. Podem ainda acontecer “curtos-circuitos” ou bloqueios da transmissão dos impulsos.
É o que ocorre com portadores de doenças como a esclerose múltipla.
- Aprender novas competências. Qualquer coisa que se aprenda, que se pratique o tempo suficiente a ponto de se tornar um hábito, de o tornar proficiente: promove a neurogénese e cria novas redes neurais.
- Praticar exercício físico. Já todos sabemos que diminui a ansiedade, a tensão e a fadiga.
Mas há ainda mais um facto, relativamente ao exercício aeróbico. A actividade física faz acelerar a maturação das células-tronco, que são células que ajudam na regeneração dos tecidos e promove a sua transformação em células adultas totalmente funcionais. Este processo neural melhora o mecanismo de aprendizagem de longo prazo, que envolve a memória.
- Praticar meditação. Reduz a ansiedade e atenua os efeitos o stress: efectivamente promove a neurogénese e cria novas conexões neurais. Longe vai o tempo em que meditar era considerado uma postura de vida exótica. A ciência já corrobora que esta actividde tem efeitos benéficos para a saúde da mente e do corpo.
- Dar beijinhos, abraços e fazer amor. O contato físico com pessoas nas quais confiamos tem um impacto positivo nos neurónios, mesmo quando estamos expostos a situações de ameaça. Quanto mais consolidada estiver uma relação amorosa, maior o alivio da tensão emocional. Menos tensão emocional, menos stress. Menos contextos de stress menos ataques á bainha de mielina. Menos desmielinização, menos morte de neurónios e menos ataques à imunidade.
- Alimentação: desde a pratica do jejum intermitente, passando por uma alimentação com restrições calóricas, a utilização moderada de cafeína e a fundamental incorporação de alimentos ricos em ómega 3, terpenos flavonoides e (fito) canabinoides, são hábitos alimentares que promovem o crescimento de novas células nervosas.
- Contacto com a natureza. Talvez bastasse dizer que diminui a ansiedade e atenuar os efeitos do stress. Mas a nossa relação com a natureza é muito mais profunda, vem dos primórdios. Há inclusivamente quem defenda que estamos geneticamente “programados” para procurar árvores, plantas e água de rios ou lagos. De certa forma a partilhamos uma molécula comum: a molécula de H2 E para repor o equilíbrio mental e físico, basta entrar me contacto com a matriz original.
Efectivamente a exposição á natureza, por pelo menos 2 horas semanais traz benefícios à imunidade, à qualidade do sono, reforça a concentração. E todos este benefícios contribuem para a regeneração cerebral e a formação de novas células nervosas.
#4. O CBD PARA O RESGATE, PARA AJUDAR A REPÔR ALGUM EQUILÍBRIO
Quando se diz aqui equilíbrio, queremos dizer, repor o organismo para um estado optimizado ou seja, um estado de homeostase.
E a homeostase (estado ideal de funcionamento ) do organismo é uma função primeira do sistema endocanabinoide.
E como até já sabemos que oo canabinoides interagem o nosso organismo através do sistema endocanabinoide: o que é que se sabe do papel dos canabinoides, em específico do CBD, na formação de novos neurónios (neurogénese)?
@4.1 Os efeitos dos canabinoides na neurogénese (formação de novos neurónios), na Doença de Alzheimer, Doença de Parkinson Doença de Huntington e Demência associada ao HIV
Estes resultados foram obtidos através de experiências em camundongos.
Uma das causas da perda de neurónios na doença de Alzheimer é causada por moléculas pro-inflamatórias ou seja a inflamação induz a morte neural.
A propriedade anti-inflamatória do CBD pode prevenir a morte dos neurónios, mas não só podem prevenir como promover a neurogénese (formação de novos neurónios) pela diminuição a inflamação.
No entanto é importante mencionar que doses elevadas de CBD tem o efeito oposto
Também obtiveram resultados positivos na combinação do uso de CBD (canabidiol) em conjunto como o CBG (canabigerol, um outro canabinóide). Neste caso há uma regulação positiva dos recetores de dopamina, diminuindo a sua captação e influenciando o processo de neuro plasticidade.
No caso da demência causada pelo HIV, o que inibe a neurogénese (formação de novos neurónios) é a inflamação nos neurónios.
E aqui também é a capacidade anti-finflamatória do CBD que pode diminuir a neurotoxicidade.
@4.2. Efeitos dos canabinoides na formação de novos neurónios em modelos de acidente vascular cerebral e hipoxia (falta de oxigénio nas células)/isquemia
Mais um vez: testes em animais.
E só para que fique registado: temos neurónios no cérebro mas não só. Também os temos no coração e no intestino.
A perda de neurónios pode ocorrer na consequência de uma incapacidade cognitiva devida à doença de Alzheimer ou doença de Parkinson, mas também pode ser devido a um acidente vascular-cerebral (AVC) ou uma isquemia acidentes.
No caso de um isquemia em ratos o CBD provou ter melhorias no desempenho cognitivo, que tem impacto também nas emoções, nomeadamente na ansiedade.
@4.3 Efeitos dos canabinoides na neurogénese em animais com stress agudo e crônico
Em testes em animais estes apresentaram uma diminuição de neurogénese (formação de novos neurónios) quando expostos a estímulos de stress. Após a toma de CBD os animais aliviou os níveis de ansiedade.
Note-se que o CBD não modificou o comportamento do camundongos não. Stressados: e afetou o stressado apenas se a neurogénese do hipocampo estiver a ocorrer. Por outra palavra: Para que o CBD actue como ansiolítico tem que estar a ocorrer alguma atividade de neurogénese. Isto também significa o CBD é dose-dependente.
Por outro lado, doses elevadas de CBD não tem efeitos positivos: o CBD perde a sua propriedade ansiolítica.
Em poucas palavras: os testes feitos em animais são encorajadores e comprovam a versatilidade do fitocanabinoide CBD no aumento da formação de novos neurónios (neurogénese) no modelos animais testados.
Se o stress e a ansiedade matam os neurónios, o CBD pode ser um recurso para formação de novas células neurais e promover o restauro e regeneração do organismo.
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Referências:
https://phexia.com/en/blogs/aprende_sobre_cbd/cannabis-medicinal-desmielinizacion-neuronas
https://www.bbc.com/portuguese/geral-58400484
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8541184/
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AVISO: ESTE ARTIGO NÃO TEM NENHUMA PRETENSÃO DE CONSELHIA DE SAÚDE, É MERAMENTE INFORMATIVO, PELO QUE QUAISQUER INICIATIVAS QUE POSSA TER, RELATIVAMENTE À CANABIS MEDICINAL, DEVE PASSAR SEMPRE PELO CONSELHO DO SEU MÉDICO ASSISTENTE.